Paciente do sexo feminino, 66 anos, compareceu à clínica para realização de profilaxia. Apesar de ser uma paciente antiga e de não comparecer para controle há pelo menos 2 anos, a mesma foi submetida a uma anamnese (série de perguntas a respeito de sua história médica pregressa).
Surpreendentemente, constatamos que após 2 anos de ausência, a paciente foi acometida de cardiopatia isquêmica (doença cardiovascular ) e hipertensão arterial além de fazer uso de medicação anticoagulante (AAS 100 mg/ dia) e de ter sofrido infarto do miocárdio há 1 ano.
Após exame clínico, foi constatada a presença de doença periodontal crônica ativa, mostrando a necessidade de tratamento e o descontrole do processo infeccioso. A AHA (American Heart Association) recomenda a profilaxia antibiótica 1 (uma) hora antes de qualquer procedimento minimamente invasivo, em pacientes cardiopatas, com o objetivo de se evitar a endocardite bacteriana (processo de infecção no coração, por bactérias originárias da boca). Além disso, deve-se discutir com o médico do paciente sobre a possibilidade de interrupção temporária da medicação anticoagulante (neste caso, AAS).
A paciente recebeu as devidas recomendações, e voltará para a realização do tratamento com a autorização do cardiologista, com total segurança e sem risco à sua saúde. Esse caso evidencia que, independentemente da simplicidade do tratamento, os cuidados com o paciente e uma avaliação criteriosa são indispensáveis.